Soro com anticorpos de cavalos poderá ser usado contra a Covid-19

Um novo tratamento contra a Covid-19 já está sendo testado em uma fazenda na zona rural de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. O soro, produzido a partir do plasma com anticorpos de cavalos e semelhante aos usados com sucesso contra a raiva e o tétano, ainda está na primeira fase de testes. Dentro de alguns meses, no entanto, pode ser adotado com eficiência em pacientes com Covid-19.

O estudo é uma parceria entre o Instituto Vital Brazil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De acordo com os coordenadores da pesquisa, a previsão é que em cerca de quatro meses o medicamento já esteja disponível para testes clínicos, que incluem testes em humanos. Caso os resultados sejam promissores, dentro de seis meses será possível produzir o soro em grande escala. A capacidade do instituto é de produzir até 100 mil tratamentos por ano.

“O soro hiperimune de cavalos pode ajudar até que uma vacina e remédios estejam disponíveis. É uma estratégia antiga, mas que funciona. As vantagens do método são a rapidez nos testes e na produção, a possibilidade de produzir em grande escala anticorpos padronizados e o baixo custo”, explicou o coordenador do projeto, Jerson Lima Silva, professor titular do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Faperj.

De acordo com ele, esse soro não deverá ser dado a doentes graves e sim àqueles que estão em estágio intermediário. Isso porque o soro atua diretamente sobre a multiplicação do novo coronavírus, mas não teria impacto quando o coronavírus já deflagrou uma reação descontrolada do sistema imunológico e a pessoa está com uma inflamação generalizada grave.

O desenvolvimento de soro com anticorpos é parte de um programa ambicioso contra a Covid-19, que inclui vacina, remédios e testes de diagnóstico. Além da UFRJ e do Instituto Vital Brazil (IVB), o projeto inclui ainda a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).

Texto: Jequitibá Comunicação Estratégica